sexta-feira, 11 de novembro de 2011

3.


Do lugar em que o Amor habita 


Gabriela amava Júlio, que, coisa mais normal do mundo – e Drummond que o diga –, não lhe correspondia; porque em seu coração somente havia lugar para o Alfredo... que morreu de AIDS em agosto de ’99. 
........“Agora que o Alfredo bateu as botas”, Gaby pensava, “o Júlio há de olhar para mim. Ahhh, há!”. 
........Mas qual o quê! Cinco meses depois, em uma festa de carnaval, o Júlio achou de se enrabichar por um traveco alto e enxerido chamado Luana. 
........“Bicha feia da porra! Vai-te foder, Júlio César Pereira da Silva! É o cão chupando manga verde com sal e pimenta! [Suspiro] Ai, meu Deus!, como eu odeio esses viados de merda!” 
........Era Gaby praguejando, em seus excessos de ira, frustração e orgulho ferido. 
........Hoje, aos 40, ela diz ter amor apenas à sua cadela poodle, a quem batizou com o nome de Alfredo, em memória e vingança contra o falecido.  


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