quarta-feira, 26 de outubro de 2011

59.


Da hermenêutica aplicada à composição poética


Existem dezenas de métodos de interpretação de textos; teorias analítico-textuais, intertextuais, heterotextuais e análises semióticas aplicadas às escolas hermenêuticas, que são várias... E nenhum, nenhum método – a exemplo do contextual dinâmico, de T. Slama-Cazacu – serve para explicar um único poema, por mais singelo, cândido ou inocente que ele seja. O poeta é indecifrável; e, afinal, o que é um “poeta”? Igualmente indecifrável é o seu poema. E, afinal, o que é um poema?

*****

Mario Quintana não dá bem uma definição de poeta, mas de poema – pois sabia que “a poesia não se entrega a quem a define”. Das tantas, duas são uma loucura:

“Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes, como se vê em tanto louco por aí: poesia é trepar mesmo pelas paredes.”
“E essas que enxugam as lágrimas em nossos poemas como defluxos em lenços... Oh! tenham paciência, velhinhas... A poesia não é uma coisa idiota: a poesia é uma coisa louca!”

Ambas do Caderno H; e que isso valha.


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