50.
Sobre o que há
Todas as coisas que são, foram ou serão, na ordem natural do Mundo (sublunar), moram na palavra, participando da/na essência íntima do Real e dos objetos silenciosos que guardam o pó do tempo – não mais que um conceito acerca do que há, do que pode haver, e/ou do que conhecemos, podemos conhecer. Para todos os fatos do Real, há uma normatividade intransponível, invencível e alheia aos nossos minúsculos destinos. E para todas as nossas certezas, quaisquer que elas sejam, faltam eixos, pontos de fuga que ponham termo ao horizonte sempre devindo, fundamentos fixos aos quais possamos nos agarrar durante este furacão que é a vida. O Mundo, por exemplo, não é um lugar. Lugar é definição, “coisa” que diz respeito ao “desde quando?”, “por quê?”, “até quando?”, “onde?”... Ora!, quem sabe “onde é o Mundo”?