quinta-feira, 4 de novembro de 2010

4.

Contra Ésquilo

O tempo não passa, nunca; nós é que passamos. O tempo é como uma vitrine que nos contempla e nos segue, tão logo vemos, aí, nossa imagem refletida. Numa ordem aleatória ao nosso querer e aos nossos sentidos, quando nos movemos, ignoramos que a vitrina também se move, e pensamos que ela fica ali... Pode-se perguntar à mulher amada, como já vi nalgum lugar: “Quanto de olhos, de pele e de ossos já se me desprenderam desde a última vez que te vi?” Ela não terá respostas; ninguém terá. O tempo em si-mesmo, é atemporal, mas não é eterno. Somente nós, temporais, o sentimos e, tolos, pensamos em... eternidades. Como podemos pensar que algo como o amor ou a felicidade podem ser perfeitos se não forem eternos? Como o amor ou a felicidade, o tempo não tem lugar na eternidade e, com ela, não pode se confundir (co-fundir)... e isso é assim porque, não havendo quem o perceba, ou quem fale em horas, dias, meses, séculos, o que ele é? O tempo só há para quem lho percebe. O tempo é minha percepção consciente, e também a sua. Ésquilo, no Prometeu acorrentado, na epígrafe para Da vontade da natureza, em toda a sua sabedoria não compreendia isso muito bem, pois dizia: “Mas o tempo que corre fará com que tudo apareça em plena luz”. A linguagem comum, como o senso, é cheia de trincheiras, de aclives e declives, de enganos consensuais. Ora, como a luz, nós é que corremos e, para o tempo, nos perdemos para adiante e para trás; e só assim podemos nos perceber neste pré-sente. E nunca temos o passado, ou futuro, porque isso não há. Todo mundo sabe: ou este não existe mais, ou aquele ainda não veio. Mas, nós, sim, sempre estamos devindo. Ser é perceber-se in, in-der-Welt-sein, e o resto não existe.



Você ainda vai ter um ou “Eu vejo um museu de grandes novidades...” Anúncio da Volkswagen para o Passat Surf, de 1978. Versão destinada ao público jovem, com poucos equipamentos e aparência esportiva. Seguia a tendência criada pelos Dodge 1800 SE e Dart SE. Entre os equipamentos oferecidos a mais (em relação a versão básica) possuía apenas bancos altos e vidros verdes. O revestimento dos bancos e laterais era feito em cores vivas. Externamente, contava com pára-choques, frisos, maçanetas e retrovisores em preto, além de rodas pintadas de cinza grafite. O motor era o 1.5.





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