22.
Da apelação
estética, do sexo e da moral religiosa
Se Darwin havia provocado a ortodoxia eclesiástica e
sacudido a cabeça de cientistas e intelectuais de seu tempo, com a publicação
do Sobre a origem das espécies por meio
da seleção natural ou a Preservação de raças favorecidas na luta pela vida,
em 1859, “O livro que abalou o mundo”, como se referiam a ele, um golpe ainda
mais profundo e certeiro veio em 1871, com a publicação de A descendência do homem e seleção em relação ao sexo1. Aí, nas palavras de André Mesquita, “Darwin
finalmente coloca o homem como [apenas] mais um entre os seres vivos sujeitos
às mesmas leis evolutivas e tinha só uma origem comum com os outros animais
como perdia todas as suas regalias como um ser concebido à imagem e semelhança
de um deus.2” O homem, no mundo, era
um com ele, nele; e como tudo, no mundo: nada divino, nada diabólico, nada
sublime, nada desimportante. N’A origem
das espécies, a beleza – como a cauda que o pavão ostenta, e como as cores
vivas e brilhantes de certas aves, peixes, frutas, etc. – se não é aviso de
perigo ou disfarce protetor, é propaganda da saúde e convite ao coito, na exibição
com vistas à preferência, na
luta pela sobrevivência do mais apto, do melhor. Tanto mais bela a espécie,
tanto mais saudável e apta a gerar espécies cada vez mais belas e
saudáveis. Tal movimento faz evidente a Vontade de vida, na linguagem schopenhaureana.3
Podemos compreender, até certo
ponto, que haja tanta beleza em toda a natureza porque pode, em grande parte,
atribuir-se esta beleza à intervenção da seleção. Esta beleza não concorda
sempre com as nossas ideias sobre o belo; basta, para nos convencermos,
considerar algumas serpentes venenosas, alguns peixes e morcegos horrendos, com
uma abjeta distorção da face humana. A seleção sexual deu brilhantes cores, formas
esbeltas e outros ornamentos aos machos e também às fêmeas de muitas aves,
borboletas e diversos animais.4
E, claro, os homens e as mulheres entre eles.
Pensadores e cientistas renomados, como Francis Bacon, por
exemplo, viam a ordem e a beleza da natura como manifestações de um poder
extramundano, inteligente, criativo e benevolente – conforme acreditavam estar revelado na
Bíblia. O Novum organum de Bacon,
publicado em 1620, exerceu grande influência sobre o naturalista inglês John
Ray, que foi um seu colega na Royal Society
of London for the Improvement of Natural Knowledge. Naquela que é, muito certamente, a mais conhecida e célebre obra de Ray, a Historia
Plantarum, de 1686, estão classificadas mais de 18.600 tipos de plantas,
algumas apontadas como tendo um ancestral comum. Aí aparece, nas classificações
(famílias, sementes, tipos, etc.), a estrutura ordenada das coisas no mundo,
conforme Bacon. O sueco Carl von Linné5,
pai da taxonomia moderna, porém, foi o naturalista que mais exerceu influência sobre
Darwin, com a publicação do seu Systema
Naturae, em 1765. Mas também Lineu acreditava na existência de uma ordem divina
que regia e regulava tudo no mundo, e no universo. Nenhum organismo escapava ao
seu controle e, dele, evidentemente, dependia. Ao desenvolver o seu sistema e
classificar os seres vivos, foi na intenção de provar o poder por trás dessa
ordem. Era comum, na época, que os cientistas pautassem suas teorias em
conformidade com a Bíblia. Por que era assim?
Dada à esmagadora influência de Platão e, depois, Aristóteles sobre as
concepções cristãs do mundo, da Patrística à Idade Média, Deus aparecia como
criador e mantenedor de tudo. A Ideia platônica, pura e incorruptível, era
também eterna como é, sem qualquer
“evolução”6; o Primum Mobile aristotélico, fim do
movimento a que tudo se dirige, na Scala
Naturae, na relação entre os seres vivos, sem espaços vazios na cadeia, e
sem ligações diversas interespécies. Um ser inferior, na Scala Naturae, não pode ser o antepassado de outro, superior. Todas
as formas são imutáveis e necessárias e, logo, não surgem, evoluem ou podem ser
destruídas.7
Os Padres – santa conveniência! – logo viram, aí, tudo convergindo
para Deus, fundamento e mantenedor do mundo e da ordem no mundo. E tudo o que se
podia chamar de belo ou bom, era medido e/ou reconhecido pelo Sumo Bem, também confundido
(ou co-fundido) com Deus: medida, verdade e razão de todas as coisas. Justino
de Roma (morto por volta de 165 d.C.), um dos mais afoitos, depois de ser
rejeitado como discípulo de um pitagórico, volta-se para um mestre platônico e,
logo, “julgava ter-me tornado um sábio”, ele diz, “ter-me tornado um sábio em
tão pouco tempo, e totalmente esperava em breve ver o próprio Deus – pois tal é
o fim da filosofia platônica.8” Que
grande, o engano de Justino! A cosmologia9,
até Darwin, estava assim: gripada e sofrendo com os delírios dessa febre metafísica:
do belo, do bom, do amor, do sublime, et cetara.
No The selfish gene, Richard
Dowkins não poderia ser mais claro e extensivo:
Por três bilhões de anos, os organismos
vivos haviam existido na Terra sem nunca saber por que razão [porque a fé não é
uma explicação], até que a verdade finalmente ocorreu a um deles. Seu nome era
Charles Darwin.10
Outro livro, de Daniel C. Dennett, Breaking
the spell: religion
as a natural phenomenon, de 200611,
depõe contra o tal encantamento do mundo, às vezes também assombrado pelos
demônios – como no título de outro, de Carl Sagan12. Mais do que nunca, e nunca como
antes, a citação colocada na boca do Cristo tem feito sentido: “E conhecereis a
verdade, e a verdade vos libertará.” Autores modernos, cada vez mais, têm visto
as correspondências de um Almeida Garret à Viscondessa da Luz13, por exemplo, como afetação
inconsciente da Vontade, atiçando-o contra ela, por amor não à referida, mas por
amor a si mesmo, pelo gene egoísta que responde às pulsões, com vistas à
geração de outro indivíduo da mesma espécie. O belo e o sublime, louvados...
delírio. O romantismo, na iminência da razão, cai na licença poética, na
fantasia inquestionada, fazendo o mesmo caminho da fé confiante, na religiosidade
popular, e da necessidade mais superficial e imediata de uma resposta ao que
poderia ser ou dar um “sentido à vida”, ou ao mundo... ao nosso mundo.
Darwin, cheio de respeito àqueles e àquelas que acreditavam
romanticamente no governo divino do mundo, faz a diplomacia entre o que defende
e o que de que pode ser acusado:
Não vejo nenhuma razão para que as
opiniões expostas neste volume [A origem
das espécies] firam o sentimento religioso de quem quer que seja. É
satisfatório, para mostrar o quanto estas impressões são passageiras, recordar
que a maior descoberta que o homem já efetuou, a lei da gravidade, foi também
atacada por Leibnitz14, “como
subversiva da religião natural, e, nestas condições, da religião revelada”. Um
famoso eclesiástico escreveu-me que acabara por compreender que “acreditar na
criação de algumas formas capazes de se desenvolver por si mesmas em outras
formas necessárias é ter uma concepção bem mais elevada de Deus do que
acreditar que haveria necessidade de novos atos de criação para preencher as
lacunas causadas pela ação das leis Dele.”15
Por outro lado, religiosos fundamentalistas e extremados, americanos e
ingleses, como Harold Hill (que exibe os louros
de haver sido “cientista da NASA”) e Edgar H. Andrews16, dentre outros, vociferando ironias e
fazendo piadas infames, sem apresentarem fundamentos pautados na razão pura, mas
armados de fé (que geralmente procura provas de si mesma sem sair de si mesma),
não pouparam escárnios a esse homem modesto, humilde e, talvez, mais cristão
que muitos cristãos modernos – no sentido moral da palavra.
Pululam sites, blogs e
artigos pseudo-acadêmicos, nada científicos, que exploram a “piada do macaco”,
como “parente remoto do homem”. Coisa que rejeitam jocosamente, e geralmente
ignorando (de propósito) que a referência é à classificação, e de uma
determinada classe de primatas. Ademais, foi o agnóstico Thomas Henry Huxley17 quem, durante a reunião anual da
British Association for the Advancement of Science, em 1860 (numa quinta-feira,
28 de junho), argumentou em favor da Teoria da Evolução do seu amigo Darwin, incluindo
o homem entre os referidos primatas18.
O debate, acalorado, foi de enorme repercussão. No sábado seguinte, durante nova
sessão, o bispo Wilberforce19,
obtendo a palavra, tratou de criticar a obra de Darwin – como sempre foi bem
comum entre eclesiásticos. E, embora não haja um relato seguro sobre o ocorrido20, sabe-se que ele repetiu os argumentos
que havia utilizado em um artigo seu, recente21.
Como a exposição fosse oral, o velho bispo, em um gracejo miserável, empolgado
em sua oratória perante o grande público, teria perguntado (a Huxley) se o seu
parentesco com os macacos era pelo lado materno ou paterno. Huxley, tomando a
palavra, disse que preferia ter um macaco como antepassado a uma pessoa – como
o bispo, no caso – que usa de recursos da oratória para enganar os ignorantes e
impedir que a verdade seja conhecida. “O impacto da resposta de Huxley foi tão
grande que Lady Brewster, que assistia à sessão, desmaiou e precisou ser levada
para fora da sala.”22
O velho bispo, porta-voz da moral vitoriana, encontrou em Huxley –
coisa que Darwin, por sua postura sóbria e comedida, jamais faria – um
adversário consciente e turrão, pronto a peitar o seu prestígio, todo fincado
no poder simbólico-secular da Igreja e do teatro romântico do mundo religioso.
Darwin, “ao propor uma teoria materialista para a natureza do altruísmo
humano”, afirma Mesquita, “se distanciou da teoria da interferência espiritual
de Wallace23 e de todas as outras
que propunham causas imateriais para o surgimento da moral [como as de Wilberforce,
naturalmente]. Ele teria, por fim, quebrado todas as pontes entre as ciências
naturais e o sobrenatural”24, tudo
o que Huxley, em seus escritos, por outros meios, tentava fazer.
Hoje, há um ditado que se vai tornando cada vez mais popular, e que
subscreve bem os ideais de Huxley, apoiado em Darwin e contra a moral religiosa
– principalmente a sexual, aureolada pela Igreja, que se autoproclamou sua
guardiã, alegando que, não fosse assim, seria a imoralidade e a barbárie: “Eu
não preciso de religiões para ser moral, eu tenho a minha consciência.”
1
DARWIN, Charles. The
descent of man and selection in relation to sex.
London:
John Murray, Albemarle Street, 1871. “Se
A Origem das
Espécies já havia causado muita
polêmica ao contrariar as origens do mundo segundo o livro do Gênesis, A Descendência do Homem soou como uma declaração de guerra.” (MESQUITA,
André Campos. Darwin: o naturalista da evolução das espécies. São Paulo:
Lafonte, 2011. p. 157. [Col. Filosofia Comentada]).
2
MESQUITA, 2011, p. 157.
3
A Vontade de vida é o número do mundo, nada tendo de racional: “A Vontade que,
considerada puramente em si, destituída de conhecimento, é apenas um ímpeto
cego e irresistível – como a vemos aparecer na natureza inorgânica e na
natureza vegetal, assim como na parte vegetativa de nossa própria vida.” Logo,
“o que a vontade sempre quer é a vida, precisamente porque esta nada é senão a
exposição daquele querer para a representação, é indiferente e tão-somente um
pleonasmo se, em vez de simplesmente dizermos ‘a Vontade’, dizemos ‘a Vontade
de vida’.” (SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo
como vontade e como representação, I tomo. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
p. 357-8 [§ 54]).
4 DARWIN, Charles. A luta pela sobrevivência. Rio de
Janeiro: PocketOuro, 2009. p. 239-40. A
luta pela sobrevivência é, como foi dito acima, um excerto de A origem das espécies. “O mais importante é que o ponto
central da obra [A descendência do homem...]
não era exatamente a descendência do homem, mas a seleção em relação ao sexo
(subtítulo da obra). Darwin procura refutar opiniões que questionavam a
relevância da beleza da plumagem de aves como o pavão na seleção natural,
alegando que essas plumagens só poderiam ter sido desenhadas por uma divindade
caprichosa.” (MESQUITA, 2011, p. 159).
5 Às vezes Carlos Lineu, ou a versão
latinizada de seu nome: Carolus Linnaeus. A Linnean Society of London tem esse nome em sua homenagem; e
foi aí que os trabalhos de Darwin foram lidos pela primeira vez, no dia 1º de
julho de 1858.
6 No início do Livro X de A república, de Platão, o artífice da
“cama ideal” – nas palavras de Sócrates – é quem garante a unidade da Ideia, e
a diferença como imitação desta; não real, portanto. “Efetivamente, esse
artífice não só é capaz de executar todos os objetos, como também modela todas
as plantas e fabrica todos os seres animados, incluindo a si mesmo [Deus como Causa Sui], e, além disso, faz a terra,
o céu, os deuses e tudo quanto existe no céu e no Hades, debaixo da terra.”
(PLATÃO, A república, 596 a-e; PLATÃO. A
república. 9 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001).
7 “A alma é causa e princípio do
corpo que vive. Mas estas coisas se dizem de muitos modos, e a alma é
similarmente causa conforme três dos modos definidos, pois a alma é de onde e
em vista de que parte este movimento, sendo ainda causa como substância dos
corpos animados. Pois, para todas as coisas, a causa de ser é a substância, e o
ser para os que vivem é o viver, e disto a alma é causa e princípio. Além do
mais, a atualidade é uma determinação do que é em potência." (ARISTÓTELES,
De anima. São Paulo: Editora 34,
2006. p. 81). “A crença na imutabilidade das espécies era quase inevitável,
tanto que se atribuía à história do mundo uma duração muito curta, e agora que
adquirimos algumas noções de lapso de tempo, admitimos prontamente, e sem
provas, que o registro geológico é bastante eficiente para nos fornecer a
demonstração evidente da mutação das espécies, se elas sofreram mutação.”
(DARWIN, 2009, p. 253).
8 ROMA, Justino de. Diálogo com Trifão, 112; P.G. 6, 460-66.
GOMES, C. Folch. Antologia dos Santos
Padres: páginas seletas dos antigos escritores eclesiásticos. 2. ed. São
Paulo: Edições Paulinas, 1979. p. 70.
9 Termo que, parece, surgiu
inicialmente – no sentido de “estudo do universo em sua totalidade, e do homem
no mundo, por extensão” – com o filósofo alemão Christian Wolff (1679-1754), na
publicação de sua Cosmologia Generali,
em 1730.
10 DAWKINS,
Richard. The selfish gene. Oxford: Oxford Press, 1989. p.
1.
11 No mesmo ano em que saiu
a edição americana, publicada pela Viking
(marca fantasia da Penguin Books), Helena Londres fez uma tradução para a
edição brasileira, da Editora Globo: DENNETT, Daniel C. Quebrando o encanto: a religião como fenômeno natural. São Paulo: Globo, 2006. Dennett, filósofo e
cientista cognitivo, é juntamente com Dowkins, Christopher Hitchens e
Sam Harris, conhecido como um dos “quatro cavaleiros do ateísmo”.
12 SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no
escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
13 Cf. GARRET, Almeida. Cartas de amor à Viscondessa da Luz.
Introdução, organização, fixação do texto e notas de Sérgio Nazar David. Rio de
Janeiro: 7Letras, 2004. O romântico Almeida Garret viveu de 1799 a 1854. No
início da carta nº 1, para citar um exemplo do melodrama: “Que suprema
felicidade foi hoje e minha, querida desta alma! Como tu estavas linda, terna,
amante, incantadora! [sic] Nunca te
vi assim, nunca me pareceste tão bela. Que deliciosa variedade há em ti, minha
R. adorada! Possuir-te é gozar de um tesouro infinito, inesgotável. Juro-te que
já não tenho mérito em te ser fiel, em te protestar e guardar esta lealdade
exclusiva que te hei-de consagrar até o último instante da minha vida: não
tenho mérito algum nisso.” (GARRET, 2004, p. 85). O objeto amado, como Deus, na
religião cristã, é único e digno de lealdade, e é portador de tudo o que é bom
e belo e sublime... Romantismo, cristianismo.
14 Referência a Gottfried Leibnitz
(1646-1710), cientista alemão.
15 DARWIN, 2009, p. 252.
16 HILL, Harold. Darwin e sua macacada. Deerfield, Florida: Editora Vida, 1994. ANDREWS,
E. A. From nothing to nature: young
people's guide to evolution and creation. Hertfordshire,
England: Evangelical Press, 1978.
17 Conhecido como “o Buldogue de
Darwin”, pela paixão com que defendia as teses do amigo, o britânico Thomas
Henry Huxley (1825-1895) foi um eminente biólogo, e um dos principais
cientistas do século XIX. Patriarca de uma
família de acadêmicos ilustres, foi avô de Aldous Huxley (1894-1963), autor da famosa distopia Admirável mundo novo; e também de Sir Julian Huxley (1887-1975) – o
primeiro diretor da UNESCO, e fundador da World Wildlife Fund – e Sir Andrew Huxley
(1917-2012), fisiologista e biofísico, ganhador do Nobel de
Fisiologia/Medicina, em 1963.
18 Ponto que Darwin não havia abordado
em seu livro.
19 O bispo
anglicano Samuel Wilberforce (1805-1873), enquanto educador, foi um defensor
obstinado da ortodoxia cristã inglesa, tipificando o ideal moral da Era
Vitoriana, de 1837 a 1860. O referido artigo, bem como a sua celeuma com
Huxley, foi abordado em um artigo de J. R. Lucas, Wilberforce and Huxley: a
legendary encounter. Disponível em: <http://users.ox.ac.uk/~jrlucas/legend.html>
Acesso em: 06 out. 2012
20 O próprio
Huxley, em uma carta de 9 de setembro de 1860, enviada ao amigo Frederick
Dyster, conta do ocorrido. HUXLEY papers, 15.117. Imperial College os
Science and Technology.
21 Cf. MARTINS, Roberto de Andrade. Thomas
Huxley, o debate entre ciência e religião, e a educação. In: HUXLEY, Thomas
Henry. Escritos sobre ciência e religião.
São Paulo: Editora UNESP, 2009. p. 11. (Col. Pequenos Frascos).
22 MARTINS, 2009, p.12.
23 Alfred Russel Wallace (1823-1913) foi um
naturalista, geógrafo, antropólogo e biólogo britânico, autor de um ensaio no qual praticamente definia as bases da
Teoria da Evolução (ainda em 1858), que foi endereçado pelo próprio a Darwin,
de quem era amigo, com o pedido de que ele o analisasse. Para defender a
originalidade das suas pesquisas de quase 20 anos, Charles Lyell (1797-1875) e o botânico Joseph Dalton Hooker (1817-1911) propuseram que os trabalhos fossem apresentados conjuntamente à
Linnean Society, que era então o centro
de estudos de história natural mais importante da Grã-Bretanha; a famosa
apresentação do 1º de julho de 1858.