17.
De como Ghiraldelli não
explica nada sobre o amor (Parte 2, e final)
Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2011,
05:35. Aeroporto Internacional do Galeão, aquele do “Samba do avião”, música do Tom
Jobim; e que, por isso, também tem o nome dele, como homenagem.
– Tá gostando?
– Ah!?
– Do livro.
Um homem de barba rala, já quase toda branca, alto e
de aspecto sisudo, porém gentil, apontava para o livro que eu segurava com
alguma atenção. Daí
notei quem era: Paulo Ghiraldelli Jr., autor de Como a filosofia pode explicar o amor. O livro que, por acaso, eu
tinha em mãos. Não vou mentir dizendo que não fiquei meio constrangido e,
talvez por isso, não soube bem o que dizer além de um honesto:
– É para ser honesto?
– Sim! Por favor! – Ghiraldelli
disse, parecendo confiante e muito animado.
No automático, lembrei-me da
crítica de Nietzsche ao cristão materialista David Friedrich Strauss, por seu
livro A antiga e a nova fé, de 1872, que
fizera aumentar o alarde já iniciado com a publicação de A vida de Jesus, de 1836. O impacto dessas obras na sociedade europeia
da época, e o modo como o nome de Strauss estava ligado ao de Hegel, foi o que
fez Nietzsche se opor ao referido pensador. Na Primeira consideração intempestiva: David Strauss, sectário e escritor,
Nietzsche o acusa de, dentre outras, desconhecer a filosofia, não fundamentar
consistentemente a sua ideologia cristã materialista-evolucionista e, de muitos
modos, ser débil em suas argumentações, além de dominar precariamente a língua alemã,
escrevinhando frases desconexas e sem sentido, mal elaboradas e, às vezes,
ofensivas à mínima estrutura de um sistema linguístico que preze pela
divulgação de ideias e alguma cultura. Também acusa os leitores de Strauss. Esses,
ludibriados pela água turva do poço, deixam-se enganar por sua pretensa profundidade. A
coletividade alemã é despreparada culturalmente e, por isso, incapaz de demonstrar
senso crítico contra escritores como Strauss; é, igualmente, incapaz de acatar
verdadeiras críticas e novas propostas de pensadores sérios; assim, e pelo modo
como consomem tais obras, favorecem o surgimento e a proliferação de autores
mesquinhos e ávidos por fama e fortuna, como o esperto Strauss.
– Na verdade – eu disse, agora
pensando em outros espertos, como Ghiraldelli ou Gabriel Chalita –, penso que o
senhor realmente não mostra como a filosofia pode explicar o amor. Com exceção
do trecho que fala sobre Freud... – procurei o sumário – ... no capítulo 8, e
que nem é lá tão extenso, não creio que autores como Schopenhauer, citado
apressadamente, Lou-Salomé e Stendhal, somente para lembrar alguns dos mais
relevantes, devessem ser ignorados em um livro que, ao menos no título, tanto
promete.
– Mas eu falo de Stendhal...
– “Menciona”, e quase por
acidente, e o faz em referência a’O
vermelho e o negro. E quando o Do
amor aparece, acho que é no capítulo 13 – lembrava bem disso porque havia
associado o tal capítulo à passagem famosa da carta de são Paulo Aos coríntios –, é em uma referência muito discreta, como não deveria ser; para ele, pelo menos um capítulo, inteiro... e não pequeno.
– Nossa! – Ele disse –, você
leu mesmo, hem?
– ...
– Mas, melhor assim. Ao menos
mostra que leu. Fale mais.
– No capítulo dedicado a Freud,
é O mal-estar na civilização que
aparece. Penso que, para falar sobre o amor romântico, que está no mesmo nível
da religião, pela sublimação que fazem das afecções, delirando sobre a pureza e
a eternidade da sua Fonte, seria mais adequado utilizar O futuro de uma ilusão e...
– Mas – ele atalhou –, já que você
prestou tanta atenção, deve ter notado que, até pela quase ausência de
referências, notas de rodapé, índice anosmático e temático, é uma obra que se
destina a um público, digamos, um público mais leigo.
– E não por acaso eu o comprei
em uma banca de revistas.
– Foi? Onde?
– Lá em João Pessoa, na
Paraíba.
– Olha aí! – Parecia contente.
– Vejam só onde chegamos!
– ...
– Mas, você esta vindo de onde
para onde?
Disse que era de João Pessoa
mesmo, e esperava uma conexão para Porto Alegre. O voo, por ventura ou por
azar, estava atrasado e sem perspectiva de chegada, devido ao mau tempo.
– Porto Alegre! – Ele disse,
repetindo a minha última frase. – Desculpe, acho que não perguntei teu nome.
– Antonio Patativa de...
– De Assaré?!
– ... de Sales.
Sempre me impressiono de como as
pessoas fazem essa piadinha, tão sem graça. Mas eu nunca fui deselegante por
isso, e não seria, agora, com um colega de ofício. Assim, somente acrescentei:
– O de Assaré morreu em julho
de... 2002; eu, ao contrário...
– Que Deus o tenha! – Ele
disse.
– Duvido muito! – Respondi.
– Não acredita em Deus,
Antônio?
– E nem no amor; ao menos como
está escrito aqui, em seu livro. É sério: por que é que a gente tem tanto medo
de dizer que... o rei está nu? Diga aí, companheiro.
– Hummm... Antônio, se
você olhar bem aí... Posso pegar? – Entreguei o livro e deixei que ele
procurasse o que, parece, queria me mostrar. Demorou um pouco a que achasse o
trecho, e vibrou discretamente ao encontrá-lo, um leve riso de satisfação. – Aqui, ó! Página 58, capítulo 8: “Freud trouxe à baila algo que
Schopenhauer e Nietzsche intuíram: que deveríamos prestar mais atenção à ideia
de amor como algo vindo do mundo terreno,
por mais espiritualizado e/ou idealizado que este pudesse parecer, como de fato
se fez representar no chamado amor romântico.”
– ...
– Bem, é alguma coisa; não é? – parecia meio desapontado.
– “Freud trouxe à baila algo que Schopenhauer e Nietzsche intuíram...”
Intuíram, nada! – Eu disse. – Eles foram bem além da mera “intuição”. Capítulos
como Leben der Gattung, Methaphysik der Geschlechtsliebe e Die Pederastie, de O Mundo como Vontade e como Representação, não são, de forma
alguma, mera “intuição” – desenhei as aspas no ar, com as pontas dos dedos,
aproveitando que ele ainda segurava o meu/seu livro. – Uma geração antes de
Darwin e 60 anos antes de Freud ou Nietzsche – continuei –, Schopenhauer foi o
primeiro a apontar as razões inconscientes e biológicas para o amor. Coisa que,
hoje, parece bem óbvia às pessoas mais entendidas e menos dadas às fantasias
românticas.
– É – ele disse –, parece que tenho de admitir que não me detive o
suficiente no velho Schopenhauer, embora tenha, de certo modo, apontado um
pouco sobre o seu pensamento amoroso ao falar sobre Freud, sobre o Eu, o corpo e...
– Foi Schopenhauer quem identificou o eu ao corpo: Eu-corpo; e o corpo ao mundo: corpo-mundo. Daí concluiu, partindo
dos sentimentos imediatos deste último, que a essência íntima de cada coisa é a
Vontade. Ele partiu da própria subjetividade
egótica, como também fizeram os demais filósofos do idealismo alemão, mas
lhe imprimiu uma dimensão novíssima de tratamento. Faz isso ao acrescentar,
nela, a sua qualidade corpórea. A novidade que isso trouxe ao idealismo não foi
percebida por seus contemporâneos. E ainda hoje se coloca a Nietzsche e Freud
como promotores dessa descoberta decisiva. O mesmo se dá, de acordo com Roberto
Rodríguez Aramayo, em relação à descoberta dos impulsos sexuais, relacionados à
vontade de vida, etc.
– Roberto?...
– ... Rodríguez Aramayo, no “Estúdio preliminar” que faz à edição
castelhana de Metafísica de las
costumbres, de Schopenhauer. Parece que editado pela... não lembro a
editora.
– Vou verificar isso.
– Lembro ainda que, no mesmo Estudo,
falando sobre a influência da “teoria
do amor” de Schopenhauer sobre Freud, Aramayo diz que esse não parecia muito disposto a ver em Schopenhauer o
muito da sua inspiração, como registra em sua Autobiografía. E ele cita o trecho – reproduzi o mais
fielmente que pude, conforme lembrei –: “A ampla convergência da psicanálise
com a filosofia de Schopenhauer, que não somente reconheceu a primazia da
emoção e da extraordinária importância da sexualidade, mas também o mecanismo
de repressão, não pode ser atribuído ao meu conhecimento de suas teorias, como vi
em Schopenhauer, mas em uma época muito avançada em minha vida.” Freud preferia
confessar déficits ignorantes de leitura a dar a glória de uma “descoberta
atribuída”. Enfim.
Ghiraldelli parecia entediado;
e eu acabei ficando. Ele devolveu o livro, dizendo:
– Mais alguma observação? Esse
nosso voo parece que vai demorar mais que o esperado.
– Pior que é. Então você está
indo à PoA também?
– Pois é.
– Ah!, lembrei de uma coisa
que, putz!, não poderia deixar passar.
Ele riu, como a dizer “lá vem
você de novo”, e fez sinal para que eu prosseguisse.
– E quando... deixa eu ver aqui...
– Localizei o trecho, que ficava no comecinho do referido capítulo “dedicado a
Freud”, e li –: “Não canso de admirar as músicas de Rita Lee. As dela ou as que
ela escolhe para interpretar. ‘Amor é isso, sexo é aquilo’, de ‘Amor e sexo’, é
uma das frases mais fantásticas que eu ouvi. – Olhei para Ghiraldelli, com cara
de “ah, tá!, senta lá, Cláudia!” Ele não disse nada. Continuei: – “Leva à
verdade, à reflexão e, mesmo fazendo tanto, mantém uma simplicidade
estonteante. O amor é o que está
perto, isto aqui, ora, mas que o sexo
fique bem longe, que seja aquilo lá.
‘Amor é isso’, veja que bonito!” – Fechei o livro, inconformado:
– A beleza, aí, não é mais que uma vontade que ela seja, para além do feioso “aquilo
lá”. “I believe the common denominator of the
universe is not harmony; but chaos, hostility and murder.” Herzog
acredita como Schopenhauer; e eu os sigo, nisso. Não há beleza alguma na procriação, na luta pela vida. O Pequeno
Príncipe pensando em sua Rosa vaidosa... é a tradição romântica inteira
mantida, sob a máscara de um Eros domado. Solum poeticae litterae,
tantum fidem. Ademais, a letra nem é de Rita Lee, mas do Arnaldo
Jabor. Pelo amor de Deus!...
– Eiii...!, e quando eu falo em
“as dela ou as que ela escolhe para interpretar”? Isso não conta, não?
– Sim!, até conta. Ou melhor: até
contaria, se, depois, logo na página seguinte, não estivesse assim – reabri o
livro, na página 58, e mostrei-lhe o trecho que eu havia grifado com grafite –:
“Sob essa luz dupla, sua atividade poderia ser descrita como uma tentativa de
modificar a frase de Rita Lee.” Rita
Lee? E que frase seria essa?
– “Amor é cristão, sexo é pagão...”
– Exatamente! Pode até ser
bonita a frase (que não é da Rita), mas não tem nada de verdadeiro nela. E é
exatamente isso que, parece, poderia ter sido mostrado, através de
Schopenhauer, Freud, Nietzsche ou mesmo Lou-Salomé, dente outros e outras. E tem mais...
– ... Pode falar.
– ... Você diz que o livro é destinado
ao público leigo, et cetera. Se é,
para que utilizar, e sem tradução, termos latinos como par excellence e mutatis
mutandis? E isso, a utilização deles, bem mais de uma vez. Soam deslocados
e... deselegantes, dentro do grande contexto. E quando, aqui... – mostrei-lhe a
página 50 – ... você cita Luc Ferry, a referência que aparece (“Aquele que é
consciente do seu pensamento e responsável pelos seus atos”) é a uma obra sua, em que você já havia citado a citação,
e a gente acaba sem saber onde foi mesmo que o danado do Luc Ferry disse isso. Há
mais referência e referências às tuas próprias obras, Ghiraldelli. É como se,
para justificar algo que você diz, você recorresse à sua própria autoridade. E
por falar em autoridade: quando você faz referência ao “amor cristão”, baseado
na obra de Hannah Arendt, é pensando n’A
condição humana, e subscrevendo-a, como se o que ela diz aí fosse certo e
acabado. Para falar de amor, em Arendt, eu escolheria O conceito de amor em Santo Agostinho, que é onde isso parece estar
bem mais claro e fundamentado, embora equivocado... por afirmar coisas como
esta, que está em seu livro: “Diz Arendt que foram os romanos, e não os gregos,
que lançaram a ideia de comutar penas, em especial a pena de morte. O hábito de
governar povos conquistados, a partir de províncias, obrigou os romanos a
introduzir formas de amenização de penas. Todavia, foi só com o Evangelho de
Jesus que surgiu o conceito de perdão.” É como se a história do mundo se resumisse
à história do Ocidente, e fosse toda ela cristianizada. Naturalmente que é
preciso destacar a noção de perdão, na perspectiva jurídica, e o perdão, na
perspectiva teológico-salvífica, como aparece na cristandade, et cetera. Agora, confundir o perdão com
o amor, e sublimá-lo, como se a coisa sublimada fosse real e fundamento de
fundamentos, aí é que está o mais do mesmo do livro, e a manutenção do status quo do pensamento e do erro mais comum
a tantos e tantos que escrevem sobre o amor. Essa é a grande novidade em
Schopenhauer, ausente em teu livro. Ele, apesar de também ter se voltado a’O banquete de Platão, como você também
faz, e ao Fedro, supera-os, depois de
elogiá-lo, dizendo que ele foi o que mais se dedicou ao tema do amor sexual. Mas o que Platão
dizia sobre o tema, conforme Schopenhauer, não passava de mitos, de fábulas e
anedotas que se referiam, geralmente, à pederastia. Assim, sobre o tema do
amor, Schopenhauer não teve predecessores a copiar; e os seus contemporâneos
nada diziam que fosse digno de grandes comentários...
– Boa observação! Não tenho o
que contestar. Admito que deveria ter dado mais atenção a pormenores como
esses...
– E outros.
– Outros? Quais?
– Tem um que é central,
superior a todos. Foi por causa dele que, logo de cara, vi que o teu livro não me
seria lá de muita ajuda.
– Uau! Isso me pareceu bem imodesto.
– O que é a modéstia?
– Ok! OK! Evitemos essa digressão.
O que foi que deixou o meu livro tão... rebaixado em teu conceito?
– Logo no primeiro capítulo,
quando você descreve os tipos de amor, na literatura, et cetera. Os que aparecem: Eros,
philia e ágape. Você não vai, em nenhum capítulo depois, dizer que esses
amores, todos eles, são apenas meios de falar, por outro viés, do amour de soi, do amor-próprio, ou o stergein dos gregos, e nosso,
naturalmente. Não foi por acaso que eran
e stergein, no Novo Testamento, foram
evitados. Você não somente subscreve o Novo Testamento como subscreve a quem o
subscreve, como Agostinho e Arendt, exaltando festivamente as sublimidades de philein e agapan. Não posso aceitar isso senão como uma espécie de manutenção
ad infintum das histórias da
carochinha, dos contos de fadas, do amor do Pequeno Príncipe à sua Rosa, e mais
do mesmo... um equívoco milenar. Hoje, na emergência do sujeito, não precisamos
mais de subterfúgios como “egotismo”, para driblar o velho sentido pejorativo do
Eu supervalorado. No início do Walden,
de Thoreau, ele diz que “a maioria dos livros omite o eu ou a primeira pessoa”, daí, e como justificativa, o seu eu, ali, será mantido; e essa é a sua
diferença, em relação egocentrismo. “Geralmente não lembramos que, afinal”, ele
diz, “é sempre a primeira pessoa que está falando.” E, “eu não falaria tanto
sobre mim mesmo se existisse alguma outra pessoa que eu conhecesse tão bem.” No
amor ou no ódio, para o amor ou para o ódio, a nós mesmos ou aos outros, é o nosso
Eu-messsmo que aparece – falei assim, esticando o “s” bem muito, e metendo um
excessivo “nosso Eu-messsmo” para enfatizar a ênfase. – O que fazemos disso é
que são outros quinhentos e, daí, a importância atual da ética, mas a autônoma,
nunca heterônoma. Madre Teresa de Calcutá: ágape
ou stergein? Não há dúvida: stergein. Mil vezes stergein! Quanto mais amor, tanto mais egoísmo. Santa Teresa
D’Ávila, o piedoso Padre Pio, Adolf Hitler, Pol Pot, Pinochet, Reverendo Moon,
Billy Graham... tudo stergein, de um
jeito ou de outro...
– “Atenção, senhores passageiros do
voo...”
Era a voz no sistema de som do
aeroporto, informando que a aeronave já estava se preparando para pousar e que,
em breve, anunciariam os procedimentos para o nosso embarque.
– Ufa!, finalmente! – ele disse.
O seu “ufa!”, desconfiei, tinha
uma dupla causa: a chegada do nosso avião e a pausa que isso impôs à minha falação
sem fim. Eu realmente havia me empolgado naquilo, e não era por acaso que havia
comprado o bendito livro do Ghiraldelli, que eu parecia querer depenar por tanto,
sim, haver me decepcionado.
– Posso falar só mais uma
coisa?
– Mas você nem deixou espaço
para as minhas respostas, Antônio.
– Hum... foi mesmo. Desculpe.
– Nada! – ele ziguezagueou com
a mão, sinalizando que não havia nada a ser desculpado. – Na verdade, prefiro ouvir
as suas colocações... elas podem ajudar a, quem sabe, melhorar uma próxima
edição, me fazer rever alguns pontos.
– Pois, se você for rever
alguma coisa, pelo amor de deus, companheiro!, exclua aquele monte de
referências ao homem de Platão, segundo Aristóteles, só na “sacanation”. “Bípede
sem plumas”... é muito clichê, e usado e abusado como você faz, é muito
deselegante.
– “Senhores passageiros do
voo...”
Era o nosso. Despedimo-nos em
um aperto de mão amistoso, como convém aos cavalheiros. Entre filósofos,
diferentemente do que ocorre entre os teólogos, a discórdia não aponta para
fogueiras, nem condenações eternas. Poderíamos ter ido, inclusive, à fila de
embarque; mas desejei ir ao banheiro antes. Depois disso, nunca mais encontrei Ghiraldelli;
nem em aeroportos, nem em congressos de filosofia, nem em nada... e duvido
muito que ele se lembre de alguma coisa dessa nossa conversa chata e tediosa.
Melhor assim.